sábado, 2 de outubro de 2010

Vida passa, lembranças ficam



Tive um dia dificil, mas de reflexao (de dificil, desmaiei no sofá - cansei o emocional).
E de cansada fiquei porque realizo que uma das pessoas mais importantes da minha vida nao vai durar pra sempre. Na verdade ja tinha sentido isso uma vez, mas dessa vez é mais dificil realizar porque minha percepçao era que ela realmente era uma pedra de força e essa força nao acabaria.
Mas hoje vi a energia se desnanecendo, literalmente. É algo incrivel, porque sei que ela está ali, mas sem um espaço paupavel para ficar. Sei que é uma raíz forte, daquelas das árvores milenares, tao profundamente encrustradas no chao que nao admite ter que sair de lá. Mas, a natureza é maior e está expulsando ela de lá. Nao sei direito para onde, mas eu creio que é para um outro lugar, nao melhor, mas também nao pior.
Nunca tive medo dessa hora, desde criança. Nao sei porque. As vezes chamo a mim mesma de insensível, mas descubro hoje que nao sou. Sinto a perda, mas por puro egoísmo, conformismo. Saber que uma das raízes mais fortes que conheço pode ter de se mover (a outra raíz nao demorará). Mas fico feliz por estar por perto - eu sou quem está por perto, mais ninguém, e sei disto, nao preciso que ninguem saiba. Está indo para algum lugar mais seguro talvez, que possa encontrar seus companheiros desta vida, e talvez ate ir para outra, sei lá. Mas acredito que encontrara quem tanto quer ver.
Uma questao que me deixou pesada ontem foi que descubro agora que mesmo o momento de dor deve ser degustado com calma, tranquilidade. E isto nao conseguimos fazer - ou melhor- eu nao consigo. pela vida que levo. Por isto estou certa de que devo um novo inicio para mim. Nem que seja para daqui ha anos, mas que seja semeado agora. Nao quero mais ter esta sensaçao de perda dupla - a perda propriamente dita e a perda de ter perdido o momento da perda - passado sem ter passado.